O Governo de Pernambuco, através da Fundarpe e da Secretaria de Cultura, divulgou o resultado do VIII Concurso Público de Registro do Patrimônio Vivo do Estado. A Associação Musical Euterpina de Timbaúba e Arlindo dos 8 Baixos, João Silva foram os selecionados.
A Associação Musical Euterpina de Timbaúba recebeu finalmente o devido reconhecimento pelos mais de 80 anos dedicados a música popular pernambucana. Formada por mais de 50 músicos, entre instrumentos de sopro e percussão, ela se mantém como um espaço de divulgação e manutenção da tradição musical do Estado.
Histórico
A Banda Musical Euterpina de Timbaúba foi fundada no dia 09 de fevereiro de 1928, conforme o que diz o Diário de Pernambuco do dia 07 de abril de 1954: “No dia 09 de fevereiro de 1928, na sede da Liga Atlética, realizava-se uma reunião de todos os interessados para a definitiva organização da sociedade”. Eugênio Monteiro, que foi um dos seus baluartes abriu a sessão, convidando o poeta Baltazar de Oliveira, para presidi-la. No dia 04 de março do mesmo ano foi, então, eleita a primeira diretoria que foi proclamada na primeira sessão.
A primeira vez que a banda saiu nas ruas, não possuía fardamento. Os músicos usavam roupa branca, sapatos e gravatas pretas. Muito tempo depois, a EUTERPINA se apresentou com um fardamento de cor branca, sapatos pretos e quepe azul. Isto foi um assombro, os seus torcedores aplaudiram-na, mas alguém que não simpatizava com a banda não tardou em apelida-la de TENENTES DE AGUA DOCE; este novo fardamento foi confeccionado à custa dos próprios músicos.
Em1962, a EUTERPINA encerrou suas atividades, por falta de ajuda substancial dos poderes públicos, bem como por negligência e de desinteresse dos diretores e associados, passando 27 anos em inatividade.
Graças a um grupo de antigos admiradores, na noite de 02 de março de 1989, no LIONS CLUBE DE TIMBAÚBA, ela como a ave fênix, acordou. Reuniram-se os senhores: José Mario de Albuquerque Rodrigues, Braz Coutinho Filho (in memorian), Teófanes Martins, Osvaldo Xavier Pedrosa, “o seu Osvaldo”, Ismael Vasconcelos (in memorian), e o diretor Nilson Neves Perreli.
Da antiga EUTERPINA, foram recuperados apenas uma requinta, um velho bombardino, um tuba quebrado e a metade de um trombone, que foram restaurados. Em 1991, toma posse a segunda diretoria da nova “SOCIEDADE MUSICAL EUTERPINA COMERCIAL DE TIMBAÚBA”, ficando assim constituída: Presidente: Nilson Neves Perreli, Vice – Presidente: José Mario Albuquerque Rodrigues, Primeiro secretário: Amauri Francisco, Tesoureiro: Clóvis Vasconcelos Barbosa e Orador: José da Silva Ramos.
Com muito trabalho e ensaios, finalmente a EUTERPINA no dia 31 de março de 1991, às cinco da manhã, soltou os harmoniosos acordes para acordar os timbaubenses com música e desfilou pelas ruas velhas da cidade, mostrando sua FORÇA.
A EUTERPINA, que já com a razão social diferente devido ao novo código civil, passou de SOCIEDADE MUSICAL EUTERPINA COMERCIAL DE TEIMBAUBA para “ASSOCIAÇÃO MUSICAL EUTERPINA DE TIMBAUBA” estando hoje com 56 músicos, sendo desses 04 mulheres, e vem no embalo musical com ritmos e estilos variados sob a batuta do maestro Josivânio Rique de Lima (Mestrim), que por onde passa a EUTERPINA é agraciada com os aplausos daqueles que ama a boa musica instrumental, só para não esquecer, o nome EUTERPINA foi criado pelo saudoso professor José Mendes da Silva em homenagem a deusa EUTERPE da mitologia grega (deusa da música).
Cada selecionado receberá uma bolsa anual vitalícia, além de ter inserção garantida na Política Cultural do Estado, através da participação em ações de divulgação e transmissão de saberes, e registro de atividades, com o objetivo de valorizar, documentar e repassar essas tradições às novas gerações. O sanfoneiro Arlindo dos 8 Baixos, natural de Sirinhaém, Mata Sul de Pernambuco, desde muito jovem chama a atenção por seu talento com a sanfona. No entanto, foi por conta de um conselho de Luiz Gonzaga que ele passou a se dedicar ao fole de 8 baixos, reconhecido pelo grau de dificuldade que apresenta. A partir daí, surgiu a parceria que levou Arlindo em turnê com o Velho Lua pelo Brasil. Há dez anos, estabelecido no Recife, ele mantém no quintal de sua casa, em Dois Unidos, periferia da capital, o Forró do Arlindo. A festa ocorre todos os domingos e já se estabeleceu como um dos principais pontos de preservação do forró tradicional na cidade.
Outro recém-nomeado Patrimônio Vivo, João Silva foi também grande parceiro de Gonzagão. Compositor de mais de cem músicas das interpretadas pelo Rei do Baião, entre elas, "Tá Danado de Bom", “Pagode Russo” e "Deixa a Tanga Voar, não foi à toa que, no ano em que Gonzaga completaria 100 anos, seu parceiro teve sua obra valorizada e preservada.
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